Quantas vezes você já pensou duas ou três vezes antes de sair para passear com seu filho ou familiar autista? Filas, barulho, falta de preparo dos locais, olhares desconfortáveis… tudo isso pode ser desanimador. Mas saiba: a diversão também é um direito da pessoa autista, e com um pouco de informação, planejamento e firmeza, muitos desses obstáculos podem ser superados!
Neste artigo, vamos mostrar os principais direitos no lazer garantidos por lei – e outros que dependem de políticas públicas ou da boa vontade de empresas – mas que podem transformar a experiência da família toda.
🎟️ Meia-entrada para o autista e seu acompanhante
Sim, autistas têm direito à meia-entrada em cinemas, teatros, shows e outros eventos culturais. E o melhor: esse direito se estende ao acompanhante, mesmo que o autista não precise de ajuda constante para realizar suas atividades.
Importante: não caia no mito de que a meia-entrada só vale para assistente pessoal. A legislação garante o direito ao acompanhante independente do grau de necessidade.
🧩 Sessões adaptadas de cinema
Você já ouviu falar em sessões de cinema para pessoas com TEA?
Alguns cinemas no Brasil oferecem sessões adaptadas, com som mais baixo, luzes levemente acesas e tolerância a sons ou movimentações durante o filme. Isso cria um ambiente mais acolhedor e menos estressante para pessoas autistas e suas famílias.
Procure na sua cidade por “sessão azul” ou “sessão especial TEA”!
🏰 Acesso prioritário em parques e atrações
Quem já foi a Orlando sabe: os parques têm políticas incríveis de acessibilidade para autistas. Na Legoland, por exemplo, existe o “Hero Pass”, que garante acesso direto às atrações, sem filas — nem mesmo as do fast-pass.
Aqui no Brasil, o Beto Carrero World permite que o autista e até três acompanhantes acessem os brinquedos pela saída, evitando filas longas e ambientes tumultuados. O mesmo acontece no Parque da Mônica, que também isenta a entrada do autista.
⏩ Fila preferencial e o preconceito silencioso
O autista tem direito a atendimento prioritário. Isso vale para filas em geral, inclusive em supermercados, bancos, farmácias, eventos e atrações turísticas.
Mas sabemos que, infelizmente, o preconceito ainda existe. Muitas pessoas julgam porque o autismo “não tem cara”. Por isso, recomendamos que sempre leve os documentos da pessoa autista e se prepare emocionalmente para explicar — ou, se preferir, silenciosamente exercer o direito. Ele está garantido por lei.
✈️ Viagens aéreas com mais tranquilidade
Viajar de avião com um autista pode ser desafiador, mas também pode ser leve com alguns cuidados:
- Companhias aéreas oferecem desconto nas passagens para o autista e para o acompanhante (geralmente, os dois pagam o preço de um).
- Também é garantido embarque prioritário, check-in facilitado e, em alguns casos, apoio de bordo durante o voo.
Verifique diretamente com a companhia aérea com antecedência e solicite o benefício por escrito.
🎫 E para aproveitar tudo isso… documentos em dia!
Para garantir todos esses direitos, o autista precisa estar com os documentos essenciais em ordem:
- Cartão do SUS
- Cadastro Único Federal (CadÚnico)
- CPF
- Laudo médico com CID
A boa notícia é que todos esses documentos podem ser emitidos gratuitamente e, em muitos municípios, de forma online.
🤝 Uma sociedade mais inclusiva começa pelo lazer também
Muitas famílias ainda acreditam que sair com uma criança ou adulto autista “não vale a pena” ou que vai ser difícil demais. Mas a verdade é que, quanto mais conhecemos e exercemos nossos direitos, mais abrimos caminhos para a inclusão.
O lazer também é qualidade de vida. Também é desenvolvimento. Também é amor e pertencimento. E, acima de tudo, é um direito.
Vamos juntos tornar o mundo mais acessível — e mais feliz — para as pessoas com autismo?
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🖊️ Por Renata Valera – advogada, ativista e defensora dos direitos das famílias atípicas.
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